domingo, 30 de setembro de 2007

Hola, yo soy Fran!!




y...depois de horas e horas de viagem que meteu comboio Lisboa - Madrid e voo ate Buenos Aires, finalmente cheguei à América Latina. Todos os meus medos de não conseguir entrar no país por causa dos vistos, não tiveram razão de ser. Bastou me dizer que queria cá ficar uns 90 dias e deram-me o visto sem pedir sequer bilhete de saída do país.
Impecavelmente a Luísa DV (casa onde me hospedei) foi-me buscar ao aeroporto que ficava mais ou menos nos quintos da cidade. Tivemos que passar umas 3 portagens (...e pagar, claro) até chegarmos a casa que fica mesmo no centro em "Retiro". Azar tivemos que não havia quase ninguém na estrada porque quando as portagens tem carros a fazer fila eles abrem e deixam passar o povo todo de auto para que nunca se formem filas. Desculpem-me a expressão mas borrei-me completamente de medo, não se respeitam faixas, os carros "costuram" (expressão de cá) no transito, passadeiras sabem o que é mas podiam estar ali desenhado um elefante que era o mesmo. Se tem alcatrão...é para ir a assapar!!
Aqui só dá carros com vidros fumados e muito tunnings (para fugir de certeza). Autos dos anos 30 e outros que são o ultimo grito da engenharia mecânica.





Nos primeiros dias senti que estava numa grande cidade mas que poderia ser da Europa, Espanha por exemplo. Não conseguia definir um tipo de gente da Argentina. Tudo mudou quando ao 3º dia andei de comboio para ir a um lugar a 30minutos do centro. Percebi que tinha começado a minha viagem pela América do Sul. As peles mudaram de cor, são agora maioritariamente vermelhas e as caras/feições são diferentes. Percebo que é um mundo muito diferente mas...que não é um mundo à parte!! Este é o meio de transporte já mais para o povo e por isso se encontram mais espécies raras.






"Solo el Amor salvará el mundo" (para ler cantando) Esta era uma das muitas boas frase que se ouviam no comboio com vendedores a passar a todo o segundo, fossem de lápis, de cadernos normais, de fósforos, etc. Em cada paragem de comboio havia passageiros la fora e mais à frente um grupo de 'cartoneros' com os respectivos carros-de-mão. Explicaram-me então que são pessoas/famílias que recolhem cartão todos os dias nos lixos, lixeiras, e afins conforme a imaginação de cada um, para poderem assim ganhar uns míseros pesos. 1kg de cartão = 25 centavos de peso (+- 0,06€). É um fenómeno que tem crescido muito nos últimos anos. Vê-se gente velha e nova a apanhar ou procurar cartão. Ao final da tarde é +- a hora a que saem todos das tocas para, de carrinho na mão, irem buscar o máximo que puderem. Enfiam literalmente a cara no lixo, abrem os sacos todos, mexem e espalham o lixo como se folheassem um revista. Fui encontrar dois miudinhos a desbravarem sacos de lixo à procura do tesouro - cartão. Fiquei por uns minutos com eles. Impressionou-me ver que já o fazem como adultos, parece que o mundo deles é aquilo, que é o normal porque já nasceram ali. Mas falando com eles percebi que a palhaçada é universal. Consegui fazê-los rir e...ganhei imediatamente o dia!!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

1, 2, 3, 4...vai!!


Depois de sonhos, ideias, medos, ansiedades...chegou finalmnente o dia que tanto esperei. Dia 23 de setembro. Tinha sonhado (acho q desde criança) vir para a América do Sul e estava então prestes de realizar isso. A ideia surgiu da necessidade que eu tenho de fazer voluntariado, viajar e pela parte mágica da cultura, do cheiro e da dança e à pobreza material que contém este continente.
"i don't see myself going on vacation to some poor little south american town any time"...estas foram as palavras que uma "amiga" americana me disse mas que só me fazem ter mais certeza de ser lá que quero estar/ir.

Sta. Apolonia deu-me ainda mais força com a despedida que me fizeram...obrigado a todos os que la tiveram!! Emotivo mas bom!!
Tenho a certeza que viajo com voces.
...e não só!

Até já...