domingo, 27 de janeiro de 2008

Paradise City


Foram dias de praia passados em Viña del Mar e Algarrobo, lugares para onde vao de férias grande parte dos chilenos e muitos argentinos de Mendonza. Água gelada e muita gente mas pouco para ver ou para sentir que seja realmente diferente.

Mas como nem tudo é assim…fiz a mochila e mandei-me para Vale Paraíso. E aí tudo mudou!! Tem cerros e mais cerros, cor e muita vida cultural. Nao dá para ficar indiferente a uma cidade como esta. É verdade que custa subir e subir para visitar cerros ou simplesmente para as pessoas chegarem a casa depois de um dia de trabalho. As ruas sao tao ingreses que parece que quando subo estou a caminho do céu, en serio!!
Casas cheias de cor, pessoas de bairro e percebo porque é o Pablo Neruda ali viveu os ultimos anos da sua vida. Se eu vivesse ali acho que tambem me sairia poesia.

Ja visitei muitas cidades e ate agora e somente em duas me imaginio a viver: Buenos Aires e Vale Paraíso. Por razoes parecidas a pesar de serem cidades muito distintas nem que seja pelo tamanho. Sao ambas movimentadas e com muita vida cultural e mais que tudo com tradicoes da america do sul.



Ai passei dois dias mas com vontade de ficar a viver muitos mais neste vale que por alguna razao se chama paraíso!!

sábado, 19 de janeiro de 2008

Santiago? Listo!

De volta a Santiago que é o mesmo que dizer “De volta ao mundo real!!”
E no mesmo dia que cegamos mas à noite tivemos uma mega encontro de todas as pessoas que participaram na Missao País, incrivel!! Muita gente mesmo de todos os generos e feitios. Havia para todos os gostos. E agora percebo que a missao país faz sentido. Faz sentido ser uma força grande e uma uniao tanto para nós como para as pessoas dos lugares que nos recebem.
É verdade que estou mais fraco e as missoes nao me ajudou nesse sentido porque nao comiamos muito para alem de arroz com salsichas…tampoco era preciso mais para matar a fome porque essa se matava a si mesma com o que ganhávamos diariamente ao falar e ouvir as pessoas que visitávamos.

Passei estes 4dias em casa de Ramiro, que fez missoes comigo em Pelarco, e aproveitei assim para ver o que faltava da cidade. Agora que ja tinha aprendido alguns modismos chilenos tudo se tornava mais facil tanto com os que fizeram missoes comigo como com os santiaguinos que ao principio nao entendiam nada do que eu dizia…e pensava eu que ja falava alguna coisa de espanhol!! Bem tinha sido avisado quando saí da Argentina mas nunca pensei que fosse tao distinto tanto na maneira cantadita que falaz como nas palavras mais usadas nao terem nada que ver com os vizinhos argentinos.

Vivi en Santiago com assados, Pisco, Festival Internacional de teatro entre outros passeios em que me perdia pela cidade. Por aí vi a realidade de contrastes de uma cidade desenvolvida e moderna em que ha carros topo de gama a passarem e sem-abrigo a dormir no chao sujo de qualquer lado. Outros que se vao tentando safar a vender de tudo um pouco como se ve nas portagens das autoestradas em que ha uma fila de vendedores na estrada a impingir produtos variados desde sanwiches a carregadores de telem para o carro ou bebidas. De certeza que se procurar bem haverá o que precisamos nesse momento, sao verdadeiros markteers!!

Mas o que mais me marcou foi realmente o cerro san Cristóbal. Uma vista sobre a cidade de arrepiar, com uma capela que passava musica clássica que inspirava qualquer ateu. A musica é de facto importante e dá cor aos lugares e a momentos especiais!!
Acho que se os carros tivessem musica clássica em vez de buzinas ensordecedoras o transito seria disfrutado de maneira distinta.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Send me on my way


No meio de abraços e risota os dias passaram muito rápido, um povo que recebe bem que tem necessidade de agarrar algo que tenha sentido. A aldeia que estranhava quando passávamos e cumprimentávamos a todos sem saber quem eram…sabíamos apenas que era gente e que nesse momento passava por nós. Estranhavam mas riam e falavam também. E tudo se preparou para o festival que organizávamos para a ultima noite, as crianças com danças, alguns de nós com uma obra de teatro e tivemos ainda a participação de cantora local e de um grupo de Cueca…calma, é musica típica daqui do Chile!!

Os dias finais eram passados nos workshops e a treinar para que nada falhasse. Tocou-me a mim e à Maria Jesus apresentar o festival a todos os Pelarquinos em plena praça central.
As pessoas aderiram e encheram todo o lugar que havia para ocupar. Miúdos na primeira fila para não perderem pitada do que se passava e tivemos 3horas de show ao mais alto nível com o povo em massa a aderir literalmente ao conceito de festival e tudo o que isso implica…risos e palmas!! É bom ver a aldeia toda unida mesmo os que não vivem no mesmo bairro, deixarem rivalidades ou vergonhas de fora e desfrutarem do que de bom tem a vida em comunidade. Perceberem o sentido de que sozinhos não chegamos longe.

No meio da confusão do fim do festival fui convidado a ir almoçar a casa de uma família tristemente dizendo que tinha passado mas não entrado.
Dia seguinte ai fui com a Consuelo onde comemos rico, comida típica de cá do Chile. No fim do almoço mostraram-me donde vinha tudo o que tinha acabado de comer no vasto campo que esta por detrás da casa. Tudo diariamente cuidado dá alimento a uma família e ainda pode vender outro tanto.
Querem mostrar o que tem e tudo o que lhes dá orgulho. Não só no campo mas na filha também…Miss Pelarco 2007. Foi apressadamente mostrar-nos a coroa e a faixa que a fez ganhar estima, uma televisão e entrada na piscina municipal todo o verão.

A minha passagem por Pelarco e por missões fez-me perceber ou despertar em mim que a alegria que temos e vivemos interiormente só faz sentido se a partilharmos com os outros. Tanta gente que precisa de conhecer essa alegria, que talvez sozinhos não a conseguem encontrar e então a nossa obrigação é realmente abrir os olhos e o coração e deixar fluir o que de bom temos e aquilo que nos faz ser felizes sem medo e sem vergonha porque…caso contrario pode tornar-se em egoísmo.
Mais uma vez saio a ganhar. Só espero que ninguém tenha que perder para eu ganhar :)

Perdidos & Achados: em Pelarco


sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

...on the radio


E os dias passam realmente rápido quando tudo vai bem. A escola onde estamos hospedados é invadida todos os dias pela garotagem da aldeia que participa em férias de verão da proporcionadas pelo professor de ginástica. Chegam logo pela manha e saem pouco depois do almoço, cada um com grito diferente mas com ganas de fazer tudo a mil.
Os workshops seguem e eu também, desta vez para a radio dar testemunho da minha viagem que agora passava por Pelarlo. Ao mesmo tempo que entro eu entra uma muchacha para levantar o prémio – 1entrada para a piscina municipal – que ganhou porque tem um protector solar :)



E que bom poder partilhar com todos até pela radio e de países diferentes o que estou a viver.
As pessoas essas manifestam-se até com pedidos para a radio para que nós passemos por casa delas, sentem-se quase ofendidas por não termos passado e entrado em casa.
Somos convidados a almoçar a e provar banquetes cuidadosamente bem preparados com o que de melhor há em cada casa. Abrem o livro da sua vida porque sentem que podem falar que estamos e podemos ouvir. Tao importante que é e que muitas vezes não damos espaço para nos apercebermos disso. Coisas pequenas para uns…grandes para outros!

O workshop que me tocou participar foi o de microempresario que não é mais que dar apoio ou ajuda a quem quiser que tenha negocio ou que esteja a perspectivar abrir um. É bom sentir que o que aprendi na faculdade posso por em pratica e de uma forma tão clara e simples. Ajudar pessoas nos seus negócios que nunca tiveram formação em nada dessa área. Ajudar a fazer promoções com os produtos que estão quase a perder a validade é simples mas que eles nunca pensaram antes. E se nós sabemos e podemos ajudar…perfeeeeeeeeeito!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

La Misión


Começa aqui a Missão País!! Ajuntamento de 2500 pessoas na Universidade Católica e partida para distintos lugares. A mim tocou-me ir para Pelarco, 3horas a sul de Santiago, com mais 35 pessoas. São eles os meus companheiros para os próximos 10dias.
No autocarro a caminho dessa aldeia apercebi-me de novo que ando a viver muitas realidades distintas e que mais do que elasticidade mental para fazer câmbios de moeda quando mudo de país há que fazer alguma ginástica mental para não me decepcionar ou me sentir fora quando entro em um mundo diferente. Depois de ter vindo da Patagónia argentina e chegar a Santiago onde o movimento impera e as pessoas tem necessidades distintas custa a entender ou a assentar.
E no autocarro sentia-me realmente deslocado, ainda a viver o que tinha acabado de passar na Argentina. Aos poucos fui aterrando..

A ideia da Missão País é muito boa. Juntar pessoas jovens católicas que são felizes por o serem e assim partilhar isso por todo o Chile. Nunca tinha feito isso mas faz todo o sentido, porque no fundo se tenho uma religião e com isso estou de coração cheio não há melhor coisa que partilhar isso com todos. Para quê guardar para mim essa felicidade?!
E assim chegando a pelarlo ficámos hospedados na escola publica onde 2 de no estavam encarregues de cozinhar o melhor possível e outros tantos de limpar entre outras tarefas.
Divididos em grupos de 6 saímos pela manha para 6 pontos distintos desse lugar. E essa saída não era mais que de coração aberto conhecer as pessoas, falar e mais que tudo ouvir-los. Compartir com eles fossem Católicos, Evangélicos ou Testemunhas de Jeová. Há coisas mais grandes que apenas um nome de uma religião, e essa grandeza passa pelo que temos no nosso interior e é isso o mais importante, que quebra barreiras e nos unifica às diversas pessoas.

Ao conversarmos com as pessoas, que na sua maioria abria as portas de casa e nos convidava a entrar, deu para entender a humildade dos trabalhos que têm mas igual suficientes para poderem viver e ainda convidar gente a entrar em casa, muitas delas construídas por eles mesmos. Pelo meio fomos publicitando os workshops que fazíamos no final da tarde para todo o tipo de pessoas. Desde workshops de pintura para os mais pequenos, desporto os muchachos mais loucos, microempresario para quem tivesse ou quisesse abrir negocio e ainda debates para as pessoas mais crescidas que quisessem tirar duvidas. Melhor do que esperávamos, muita gente tem vindo aos workshops.
Que privilégio conhecer estas pessoas. Amanha o dia volta a ser grande…com calor e sem rio ;)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

yah yah yah


Depois de mais uma viagem de algumas horas chego a Temuco (Chile) onde começo a ouvir os primeiros “yah’s”, e daí compro o bilhete para Santiago. Apercebi-me que é preciso ter elasticidade mental para estar sempre a mudar de moeda e fazer os câmbios. Imagine-se 1€ = 32 pesos uruguaios = 4,4 pesos argentinos = 720 pesos chilenos…viva o €!!
Com tanto peso chileno parece que as coisas são todas mais caras...e são mesmo!!
Os autocarros de grandes viagens parecem umas naves e logo ai percebi que no Chile não se brinca com a palavra modernidade. Chegando a Santiago tinha à minha espera Andrea Rapiman, amiga do meu irmão Bernardo, que me levou para casa de sua família a passar uns dias ate seguir para a Missão País.
Família que me recebeu muito bem (curioso, são de origem Mapuche) partilhámos juntos jantar de fim de ano e fomos para a ponte mais próxima ver o fogo de artificio com as outras pessoas todas dos bairros cercanos a tomar champanhe…e tudo fala com yah seja novo ou velho significa “sim” e eles abusam!!viva a rua!!

Uma tosta inacreditável de 30 e muitos graus, é assim que são passados os dias aqui em Santiago e por isso difícil visitar a cidade, só mm ao fim da tarde. E aí dá para ver numa das praças do centro com mil mesas de 2 pessoas a jogarem xadrez, é a verdadeira loucura do xadrez, não há nenhum poster do kasparov mas eu sei que no fundo todos querem la cegar..mais cedo ou mais tarde. Mais uma volta e apercebo-me que as meninas dos cafés parecem ser mais lindas que o normal…é o marketing a funcionar e são chamados “cafés com pernas” um conceito que creio ter começado aqui no Chile e parece funcionar porque tudo o que é empresário gente importante e com plata vai ai descansar a vista enquanto almoça ou descansa do almoço para tomar um café.

Nota-se uma cidade distante de todas as outras que visitei..mais desenvolvida e moderna. Por toda a parte onde se vá vê-se os limites do país por ser realmente pouco largo ao contrário da altura que tem mais de 3000km. As pessoas, essas são parecidas à parte de quase 90% dos homens/miúdos terem bigode e uma colita quando não é pechingueira, pergunto-se me não nasceram já assim..
A festa de passagem de ano foi depois passada numa banal festa em uma quinta a 30min de Santiago. E digo banal porque o contraste de realidades que ando a viver é gigante e voltei aos grupinhos e elitismo que é normal ver na juventude das cidades mais grandes, que lástima!!

Amanha sigo para a Misión País organizada inicialmente pela Universidade Católica. Surpreendente a grandeza que tem aqui neste país, vê-se outdoors, anúncios de radio e ate na televisão sobre a Misión País que antes se fazia com 80 pessoas e hoje em dia são 2500 espalhadas por todo o Chile, impressionante!! Vamos ver…