sábado, 10 de maio de 2008

INNFA Estruturas...


Sair da Amazónia já de si não è fácil pelo amor que uma ganha quando ai está. ais difícil e estranho se torna quando se muda radicalmente como eu fiz, viajando para Quito – capital do Ecuador.
Não fui para aí só porque sim mas porque o www.innfa.org, quem me arranjou o contacto com a fundação com quem estive a trabalhar na Amazónia, me pediu que colaborasse com eles dando uma formação sobre campos de férias a um grupo de miúdos de 15 a 20 anos. Preparei-me sem fazer grandes filmes porque não os sei fazer e porque é um tema que está bem fresco na minha cabeça. O que eu não esperava era encontrar uma sala com umas 60 pessoas de todas as idades, desde os 6 aos 60 anos. Surpreenderam-me, é verdade que sim!! Já a meio do workshop fizeram-me saber que o que mais queriam e esperavam era fiesta, ou seja, dinâmicas, jogos e actividades para campos de férias e mais que tudo para aplicar em centros comunitários de actividades para niños. Pus de lado o programa que tinha feito e deixei o improviso tomar conta de mim. No fim todos ficámos contentes!! Volto a ser recebido como filho pela minha família de Quito onde já tinha ficado a dormir da primeira vez, antes de me meter na Shell. as desta vez só por uma noite e quase sem pregar olho já estou de saída para, a pedido do INFFA, Guayaquil a dar o mesmo workshop sobre campos de férias e umas bases de teatro durante uma semana para dois grupos de educadores e formadores que trabalham com miúdos de bairros pobres do sul da cidade. Pensava já que ia ser a mesma confusão e por isso a vontade não era muita mas ao mesmo tempo era uma forma de retribuir o apoio que me deram desde que cheguei ao Ecuador e para além disso…gratificante saber que querem a nossa ajuda, que contam com as nossas qualidades para pôr ao serviço dos outros.

Com o passar dos dias fui percebendo a importância e responsabilidade do trabalho que estava a fazer. Sem me pôr no papel de professor, que não o sei ser, o que fiz foi partilhar com eles ideias e alguma formação que fui recebendo e aprendendo nos últimos anos. Partilhar experiências!! Este era um trabalho que à partida não me entusiasmava tanto por ser com pessoas mais crescidas e eu me identificar com o trabalho de campo, garotagem, gritos e pés descalços..sendo eu tb um deles. Mas mais uma vez volto a aprender, ambos os trabalhos são importantes e esta é uma maneira indirecta de cegar aos miudos e de os ajudar a formarem-se integramente. Há que perceber que nem sempre o trabalho que queremos é o necesario e que o que não queremos não é obrigatoriamente o desnecessario.
Uma coisa é certa, trabalhar com adultos é bem mais dfiicil que trabalhar com jovens muchachos…No fim do workshop e sem medo tive de perguntar a todos quem tinha contactos na costa do ecuador, para onde vou seguir viagem, a ver se arranjava lugares para dormir durante a Ruta del Sol. Se perguntarmos e tentarmos podemos conseguir ou não o que queremos mas se não perguntarmos nem falarmos a ninguém é certo que não conseguimos. Assim que prefiro seguir-me pela primeira ideia.

Desta vez, fiquei em casa de uma família de pessoas que trabalham no INNFA a sul de Guayaquil. O contraste é tremendo fazendo parecer que estou em outra cidade, aqui é verdadeira América latina. Carros podres e compridos como banheiras passeiam-se por entre o tráfico infernal e pegajoso. Ao lado da janela do meu quarto adormeço todas as noites ao som de ritmos latinos que vem do bar atrás da casa que parece funcionar 24horas por dia. Como puro lugar latino da cidade que estou a viver há que ter mais cuidado e por isso as lojas estão todas com grades, abertas mas com grades sem podermos entrar. A sensação é de estar a comprar produtos a um recluso que está fechado na sua cela. Alertam-me para que tenha mais cuidado por ali e que não ande sozinho mas…eu gosto é disto. Deste ambiente, do cheiro a assado, gritos dos vendedores ambulantes, carros old-fashion e pessoas que não olham de alto a baixo mas sim nos olhos. Numa casa em que só tem um filho, onde o silencio e pouco movimento impera sinto a necessidade de sair, a festa faz-se do lado de fora e assim saio para a rua de calçoes e tshirt e deixo-me perder no meio destas pessoas tão cheias de vida…

2 comentários:

Anônimo disse...

Xiquinho querido, há muito tempo que não te falo através deste blog tão caloroso, colorido e transbordando de vida. Admiro-te muito e adoro ler as tuas mil aventuras. é maravilhosa a forma como falas das pessoas que conheces e da facilidade que tens em lidar com elas. Também é de louvar o teu à vontade para pedir, receber e acima de tudo dar. Parebéns mais uma vez miudo. Ás vezes lembro-me de ti pelas tuas terras lisboetas...e claro todas as xs que te venho aqui visitar.
UM BEIJO MUITO GRANDE DESTA AMIGA QUE SONHA UM DIA ESTAR COMO TU*

Anônimo disse...

The night picture from guayaquil, did you shoot it? I shot the same when I was there....besito anja