domingo, 25 de maio de 2008

VITÓRia

Para alcançar a una Vitória não nos basta termos as qualidades e todos os recursos, acima de tudo, há que acreditar nela...que é possível!! Assim têm feito todos os dias, os que aqui trabalham acreditando que se pode mudar, se pode dar e Vitor agarrar esta oportunidade de ser feliz! É uma vitória que se vai desenhando a cada dia que passa. Antes estava perdido, ninguém apostava nele e ele próprio também devia pensar que o mundo não esperava nada dele, que não existiam expectativas. E criança que é criança não conhece o conceito de fracasso e dessa maneira não o teme. Mas é totalmente mentira que não haja expectativas em relação a um ser humano, seja jovem, criança ou já velho, espera-se que a nossa passagem pelo mundo deixe marcas. Não precisamos de ir á lua mas com as condições e recursos que temos ou conseguimos alcançar, fazer o melhor possível por deixar o nosso lugar melhor do que aquilo que estava.

Temos todas as possibilidades para deixar marcas positivas em tudo quanto tocamos independentemente da nossa condição. E isto é o que o mundo espera de nós.
Vitor despertou e é impressionante ver a evolução que está a ter. Já se vê penteadinho com roupa lavada e sapatos novos a distribuir beijos e abrazos por todos. Em uma dessas manifestações de carinho entusiasmou-se e levei uma mordida que ia ficando sem pescoço mas a intenção era a melhor, assim espero! Vai soltando palavras muito básicas á base de sons como “chão” e “papa” igual a qualquer criança que começa a aprender a falar. Já se vai entendendo mais coisas nele mas não deixa de estar sempre irrequieto a querer ver e aprender tudo o que está á volta. Quando veio podia-se pensar que seria difícil, ás missioneiras, estarem com os olhos colados nele para que se vá civilizando mas não e em grande parte porque existe nelas um total desprezo pelos obstáculos que poderão existir. Funciona tudo tão bem que já são, na maior parte das vezes, as próprias crianzas que estão a viver na mesma casa que ele que o ajudam e, ganhando responsabilidades de “irmaos”, o vão educando da mesma maneira que foram educados pelas missioneiras. É como uma família grande com muitos filhos em que se pode pensar que o peso é grande para os “pais” e difícil de cuidar de tantos filhos mas que acaba por funcionar como uma “cadeia de favores” em que os mais velhos já educam os mais novos e ao mesmo tempo são educados os primeiras pela responsabilidade acrescida que ganham. Para quem assiste atodo este processo (como eu) é de ficar colado muitas vezes a olhar para o vitor e a admirar o crescimento rápido e o contacto e carinho que já tem pelas pessoas todas. Aos poucos vai fazendo amigos de criando admiradores concretos, eu!!

Jim e eu continuamos com os treinos de basket com vista ao torneio entre colégios que vão ter acomecar na segunda semana de junho. E para gente que está habituada a ver e jogar futebol a toda a hora, mais importante que ensinar-lhes algumas regras e praticar exercícios é passar-lhes gosto e entusiasmo por este desporto, que discutam jogadas e queiram parecer-se a algum jogador dos bons. A verdade é q tem vindo a surtir efeito, quando nao há treino já seve muitas vezes eles a pegarem na bola de basket e praticarem.
No único campo que há na escola todos os dias antes de começar temos que o limpar de lixo que desinteressadamente vão deixando no chão e ao mesmo tempo fazer de segurança para que todos os milhões de crianças não entrem a interromper o treino. Tarefa muito difícil porque, como em qualquer escola deste mundo, o campo de jogos é o centro de diversões.
Ontem foi dia de película de basket no albergue dos rapazes, vão-se familiarizando e o que mais se quer é que ganhem amor para aprender e lutem mais dentro de campo e... já se começam a ver Jogadores!!

Nestes dias a viver aqui na maior paz estou a fazer o que realmente gosto com treinos de basket, explicações de matemática na casa das ninas e outras tarefas variadas pela manha. A maneira como fui e sou recebido faz com que este pouco tempo de estadia aqui pareça muito maior e claro que ajuda muito a genuinidade das pessoas que aqui trabalham que me fazem parecer amigo já de longa data. Aproveito a estabilidade deste lugar onde estou e assim consegui ir trabalhar como empregado de mesa este fim-de-semana num restaurante em Montañita para assim ter mais possibilidades de seguir viagem. É um lugar com muitos turistas e como tal as gorjetas são melhores que em qualquer outro lado. E quando me toca recolher a mesa é sempre com grande entusiasmo que vou ver o que cada cliente me deixou. Há uma espécie de trabalho de equipa entre a cozinha e o empregado de mesa para que tudo seja rápido e bem servido. Caso alguma coisa estar mal o meseiro é quem dá a cara apesar de não ter qualquer influencia na cozinha, mas o contrário também pode acontecer. A cara-de-pau é usada para esses momentos!!
Não se ganha nada bem, é verdade, comparando com Portugal, mas é esta a realidade do país e continente. Junto assim alguns trocos que já me começavam a faltar para que em um par de dias saia de cá e continue a “ruta del sol” em direcção ao norte do Ecuador. O dinheiro não é o meu propósito mas dá-me a oportunidade de alcançar alguns objectivos que neste caso é o de seguir viagem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Francisco,
Para se chegar à Vitória, é necessário " Acreditar " para " Vencer! E Tu consegues com a " Tua Força e a Tua Fé " Ajudar " Os Outros "! Bem Hajas!
Bjooo
Isabel