quinta-feira, 6 de março de 2008

FLOWER POWER


Chama-se Flor e, sem querer, tem feito dos meus dias mais cheios, mais preenchidos e completos. Já a tinha visto umas vezes e me tinha apercebido que não era boliviana, nota-se fácil!! Até que na vinda de mais uma visita guiada até as ruínas, a vi no jardim de casa e nos pusemos a conversar pelas artesanias que tinha exportas para vender...
É argentina e ficou gravida quando estava de viagem no Peru, teve gémeos e o pai dos bebés já não está mais com ela.

Assim, decidiu ir viver para aqui, Isla del Sol, lugar tranquilo, onde pode cuidar das bebés vivendo numa pequena casa, alugada, com poucas condições mas cheia de amor que acaba por dar calor as filhas. Sustenta-se com a venda de artesanias e agora tem a ajuda do seu pai que se mudou para uma casa ainda mais pequena e assim ajudar-la nesta fase em que tem que estar para as bebés a 100% quase sem dormir. Pergunto-lhe se custa, diz-me que sim mas que a sensação de dar vida, de trazer ao mundo um ser humano é qualquer coisa que não tem preço e vale a pena todo o esforço e sacrifício.
E há realmente pessoas neste mundo que fazem bem a outras e as fazem renascer, mesmo sem se aperceberem que o fazem. É o que acontece com a Flor, que desde que a conheci parece que todos os dias ganho só de a visitar e ver o amor e dedicação que dá as filhas. É este “mais vida”, aproveitar o que temos e o que nos acontece para explodir felicidade e alegria. A verdade é que não podemos ser felizes sozinhos, só o podemos ser realmente quando os outros também o são.

Hoje fazem 7meses e como é óbvio há que festejar porque só se faz 7meses uma vez na vida. Levo-lhe uns brinquedos para bebés que uma turista me tinha dado a semana passada e disse que eu, como trabalhava para uma ONG, deveria saber a quem dar. Verdade que soube…e ficaram assim as gémeas a devorar os novos e quase únicos brinquedos que tem.
Se hoje gatinham e caminham desengonçadas…mais tarde serão elas a cuidar de outras pessoas, assim que tem há que passar todo o amor e felicidade para que depois sejam elas a passar isso mesmo. Não podemos evitar que a nossa condição mental afecte os outros, irradiamos involuntariamente. Assim como o pessimismo e mal humor são contagiosos também o é a felicidade. E se temos de comunicar alguma coisa aos nossos amigos, ás pessoas que estão próximas, devemos ter o cuidado de que seja sempre algo bom!! Por isso vou continuar a ir lá e a passar-lhes o que de bom estou a viver e alimentar-me com esta relação mãe-filhas que me faz ver, na minha mão, uma linha da vida sem fim…

5 comentários:

Anônimo disse...

oi! grande francisco vasconcelos já vi que anda por ai pelos recantos do mundo a crescer,como gente grande. (passo o pleonasmo) fazes bem e espero que continues a tua viagem em grande. Como a "stôra" fernanda judite nao anda por cá digo-te eu que tens de dar uns toques na escrita, lol. Grande Abraço António Delgado.

MARta disse...

Francisco!

estou a ver que a Bolívia é de facto marcante, com tudo o que isso implica!

obrigada por partilhares esta forma de olhar e me fazeres ver mais longe!

beijinhos

Anônimo disse...

que boa essa simplicidade.
que bom esse amor tão inteiro.
que boa essa clareza de sermos contagiosos - no nosso bem e no nosso mal.
que bom. (não sei dizer mais)

obrigada.



(é bom saber que estás bem. um grande beijinho e saudades)

Unknown disse...

Aquilo que elas provocam em ti, tu provocas em quem te lê! thank you so much!!!
Um abraço com saudades

Anônimo disse...

"Happinness is only real when shared" - Into the Wild. Foi preciso um rapaz que aparentemente tinha td na vida ir isolar-se e morrer no alaska para perceber esta simples verdade que pelo que li agr neste texto tu ja percebeste. Quando voltares ofereço-te o filme em DVD para perceberes do que estou a falar! Foi preciso lembrar-me da existencia da função dos Favoritos para ter o teu Blog ja sempre num lugar especial :)) prometo assim vir ca mais vezes agr!! Grande beijinho e keep on doing wonderful things :))

M*ry Folque