quinta-feira, 3 de abril de 2008

SHELL, PODE ABASTECER!!


Confesso que ao principio, quando me disseram o nome do lugar, achei que estavam a gozar comigo. Quando cá cheguei, confirmou-se tudo o que me foi dito. Tem o nome da gasolineira porque eles chegaram cá por volta de 1940 e instalaram-se na Amazónia, sabia-se já que o Ecuador era rico em petróleo.
O monumento deste lugar (pequenos lugares como este tem o nome de Paroquia) retrata a forma como a Shell chegava ás comunidades: uma avioneta em cima de uma torre petrolera.
Esta era a única maneira de chegar ás diferentes comunidades porque não havia estrada ou qualquer outro tipo de caminho. Hoje em dia já há algumas estradas de terra e por isso os produtos e globalização tocam já de distintas maneiras várias comunidades da Amazónia. Com este nome é que não há muita gente que simpatize mas é o que há e o processo de mudança de nome está apenas no ar…

Este é o principio da Amazónia, muito perto da cidade de Puyo, pertence á província de Pastaza. É um lugar civilizado, não estou a viver propriamente no meio das tribos indígenas (tampoco estou muito longe) que no passado mataram um grupo de missioneiros que ai quiseram penetrar e essas mesmas tribos hoje em dia dificultam em muito o trabalho das empresas petroleras fazendo exigências.
No entanto das pessoas que vivem aqui na Shell já se nota os rasgos amazónicos e pela vegetação e clima percebo que independentemente da parte em que esteja, isto é Amazónia!! Caminho de tshirt e calções faca chuva ou faca sol, o calor é uma constante!!
No meio destas voltas foi curioso ver que grande parte das escolas aqui na Amazónia são bilingues: espanhol e quechua. Desenvolvem-se mas não perdem as origens que tanto valor tem nos dias que correm…num mundo que nos quer fazer querer que a standardizacao dos pensamentos e culturas é o correcto.

Estou a viver com a família Rueda que é de cá e foi atraves da figura Pai, presidente do CONAJUPARE – Consejo Nacional de Juntas Paroquiales de Ecuador, que aqui vim parar. Este primeiros dias tem sido de aterragem para conhecer o lugar e aproveitar para promover o que aqui vamos fazer ora com cartazes para os workshops de teatro e inglês ora com entrevistas para rádios e televisão local. E desta maneira vou travando contacto com diferentes pessoas e apercebendo-me em que lugar estou e que realidade vivem aqui para que, em parceria com a francesa Chloe, façamos algo pelo turismo comunitário…que é praticamente inexistente.

Esta família é de facto incrivelmente boa! Atenciosos ao máximo, coração bem grande a aberto e para alem disso a Mãe cozinha que é uma coisa assombrosa (de bom).
A maneira pastorizada como vivem e está decorada a casa é muito interessante porque tudo rola em volta dessa pastorizaçao seja na musica que se escuta, nos quadros que se vê na parede o unas pequenas inscrições de “Jesus Te Ama” espalhadas pelos diversos recantos da casa. É de facto verdade, ama-me e brinda-me com uma família assim que apesar de um pouco diferente de mim, percebo que somos ao mesmo tempo parecidos e remamos para o mesmo lado. A receita para amar é uma e todos a conhecem independentemente daquilo que digam que são ou pensam…

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