sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Amiga Naupa


Foi graças a eles que me continuo a sentir realmente vivo e me ajudaram a viver o Natal tão bom e de como nunca o tinha feito.

Não faria sentido falar de Naupa Huén sem passar pelo campo que fica a 15km do centro de Naupa e é onde estão a maior parte dos animais e onde quase todos os homens trabalham diariamente. Antes era ai mesmo que viviam, mais distanciados ainda de qualquer café central.
Fui ate ai conhecer o campo de um casal que ainda hoje vive lá e que esboça um gigante sorriso na cara quando me fala que a pessoa mais próxima vive num ponto longe que mal alcanço pelos meus olhos. Oferecem mate e umas tortas fritas que se faz muito por cá. Naturalmente, artilhamos todos o mesmo mate, conversamos sobre a vida deles ali que orgulhosamente me dizem que não viveram nunca em outro sitio e as suas famílias menos ainda.

A roupa estendida num arame, cães, vacas, galinhas, perus, cavalos, caca de ovelha (suponho que ela andasse por perto) e uma quantidade enorme de mosquitos. E a certa altura começo a sentir um cheiro a bosta de cavalo sair duma panela que estava no chão, um fumo inacreditável. Comecei a ficar com medo do que me poderiam oferecer para comer, nestes lugares não fica muito bem rejeitar o que nos oferecem com tanto gosto. Tranquilizei e deixei de suar quando me disseram que era só bosta de cavalo que estava a queimar dentro da panela porque o cheiro afugenta os mosquitos…para mim os mosquitos e qualquer outro ser.

É gente que se habituou a viver ali desde sempre e nada lhes falta. A mulher gorda gorda com bigode maior que o meu era a personagem principal, muito amável e sempre preocupada em oferecer mais e mais. Pensava eu para mim que ali não deve haver um leque muito variado de opcoes tanto para os homens como para as mulheres mas seguro que há amor. Disse sei eu porque os via numa sintonia perfeita de casal. Ali desconfio que existe amor á primeira vista!!

Foi com um sentimento de pertença muito grande que saí de Naupa. Fui até a ruta principal com um camião dum policia para daí poder esticar o dedo à espera de gente amável ou do colectivo que passava em 3horas. Diziam-me para levar muita agua, paciência e esperar…Esperei 10minutos e um carro parou para me levar directo para Junin. Lucky!!

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