segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Hora J

Acordo no albergue dos barones (nome dado aos rapazes mais velhos) da escola e vou até à ruta principal esticar o dedo. Nem me queria acreditar porque passados 30segundos já parava um camião para me levar. Deixou-me 15km mais à frente, e já foi bom, e dai fui caminhando ate que outro parou e me puxou uns 10km mais até ao inicio da ruta que seguia para Neuquén y Bariloche (o que me interessava) – a 230km (+-). Achei que estava em maré de sorte e que seria sempre assim…enganei-me porque fiquei ai nesse cruzamento cerca de 2horas à espera que dessem bola ao meu dedo estacionado no meio da estrada. E…já na fase de declínio da paciência, a entrar na parte de fazer ginástica na estrada, parecia mais um deserto, fazer concurso de atirar pedras o mais longe possível (ganhei, claro!), regar toda a vegetação…até que uma senhorita, com uns 60 anos, faz pisca com o carro de idade idêntica e chama-me a entrar. Fiquei-me a rir como tôlo, já tava andava a pensar para dentro “que idiota que sou com a mania que vou a dedo e não pago bilhete de bus, jajaja!!”



Impressionante ou não, fomos as 2 horas e meio de caminho a conversa, ela mais que eu, a explicar-me todos os lagos e montanhas por onde passávamos. Percebo que trabalhar para a Cruzada Patagonica é um passaporte que facilita a entrada ou integração em qualquer lado aqui na Patagónia por nos darem credibilidade a que esta fundação se associa.
Até cegar a Bariloche ainda suei e rezei muito porque cada vez que ela queria escolher e trocar de k7 no radio enfiava a cabeça debaixo do volante…e nessa altura aproveitava para dizer que as pessoas conduzem muito depressa e são perigosas nestas estradas. Que medo!!
Mas cheguei a salvo e isso é que importa.

Do centro de Bariloche fui até ao aeroporto buscar a Anja, com quem estive em Calafate, que chegava de Salta e vinha depois trabalhar uma semana como voluntária para a Cruzada Patagonica.
É uma cidade linda de se ver, mas melhor ainda é Villa la Angostura que fica a 30min de colectivo e tem um pouco menos de turistas. Ai recorremos o Parque Nacional Los Arrayanes em que nos ia seguindo o lago Nahuel Huapi. Recomendo a todos passar por la quando não tiverem nada que fazer. E no meio de tantos animais e seres raros eu é que me senti o “bicho” por destoar de tamanha natureza!!

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