terça-feira, 13 de novembro de 2007

"It's my trip, ok?"

Começo a ter o primeiro contacto serio com os transportes colectivos e pelos quais grande parte das pessoas se move de cidade em cidade porque aviões internos são ainda muito caros.
Foram 20horas de viagem ate Puerto Madryn e se achava que era impossível...afinal não era. Claro que houve momentos da viagem em que se tornava aborrecido porque o máximo que tinha era “semi-cama” que significa que se pode acostar um pouco para trás a cadeira mas se tenho uma pessoa à minha frente fico completamente dependente das accoes que faz com a sua cadeira..

Vou ate à frente do bus ver a estrada que parece interminável e só com um sentido. Dos lados há campo e campo e á frente é uma recta que não acaba. O condutor saca do mate e “ta a rodar”, já me fui habituando e sinceramente gosto. Claro que aqui na Argentina toda a gente toma e é difícil encontrar alguém que não goste. A primeira coisa que se oferece quando se tem convidados em casa é Mate. No Uruguai toma-se ainda mais que aqui. Lá as pessoas tomam mate pela rua, na praia (fazia 33graus e eu de garrafa gelada na praia e pessoas com o termos de agua a ferver) e nas gasolineiras chega a haver uma torneira de agua quente para se encher o termos.

Depois de muito rodar o mate...chego a Puerto Madryn e apercebo-me que o contacto que supostamente tinha para ficar hospedado..ardeu!! Tentei ainda criar uns contactos imediatos mas não tava fácil e acabei mesmo por ir parar a um hostel e terminar assim o ciclo vitorioso de 2meses a dormir sem ter qualquer custo.

O mundo das viagens tem realmente uma diversidade de target muito vasto. E quem passa por hostels acaba por ficar cercado de turistas (gringos). Não quero dizer com isto que me sinta especial mas identifico-me pouco com esse “estilo”.
Sentei-me e a sinhorita abriu-me como que um menu de excurssoes. Com as actividades de ver os pinguins, baleias, dar uma voltinha de barco por aqueles lados, etc, com horários e saídas muito cedo. Enjoei!!Rejeitei tudo ao que a branqueada mulher nem se queria acreditar. Percebi que tinha que sair dali. Posso fazer essas excurssoes quando tiver mais idade, não agora. Valeu o jantar que um grupo de espanhóis me ofereceu. E aí me disseram que aqueles passeios estavam realmente cheios de espírito velho ou chino...”bem me parecia!!”

Parece que há uma certa pressão dos outros viajantes para que se faça tudo igual, para que as pessoas sigam o mesmo trilho, pôr o pé onde já esta a pegada feita e seguir quase de olhos fechados.
Não é fácil dizer que “não”mas há que ter presente o tipo de viagem que quero e assim seleccionar os lugares onde vou. Não tenho que ir ver tudo que esta no lonely planet ou tudo o que é recomendado nos livros de turismo para depois poder por uma cruz por cima e dizer “visto”. Caso contrario a minha viagem duraria toda a vida (ou mais) porque há sempre lugares bonitos lindos e espectaculares e próximos sempre um do outro e assim sucessivamente.
It’s my trip, ok?

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