sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

VIDA EM ABUNDÂNCIA!


Á falta de dinheiro e de caixas multibanco em Copacabana tivemos que fazer uma viagem de 3horas até á que estivesse mais próxima que era em La Paz, percebe-se ai o desenvolvimento ou a falta dele neste país.
E já com saudade me despeço do Bernardo. As férias dele acabam e a minha viagem continua, agora de novo sem ele que tanto me ajudou a perceber o que andava realmente a fazer, a dar ainda mais sentido a tudo e melhor que tudo isso é ter o abraço dum irmão e isso não tem preço…nem certo nem variável!!

A minha viagem está de volta a Copacabana (desta vez com plata no bolso) e á Isla del Sol onde me reuni com o senhor Eleuterio, vice-presidente da comunidade de Challapampa, e de sorriso na cara me deu aval á minha estadia na ilha com o propósito de ajudar e colaborar também com os outros 3 voluntários da Suécia, que já cá estavam.
Estou a viver na mesma casa que eles (pertence á Comunidade) mas a dormir no chão…”quem tarde vier dormirá do que trouxer”
E que satisfação poder estar de volta a este lugar, tanta coisa há para fazer mas mais que tudo é preciso paciência e forca de vontade. Porcos a passearem na espécie de praia que aqui tem e burros e vacas também eles tranquilos desfilam pela ilha..
O trabalho começou com uma aula de inglês na escola para os miúdos de 10/11 anos. Idade de alguma timidez de uns e rebeldia de outros mas todos com igual ganas de gritar, aprender e absorver tudo o que lhes temos para ensinar. Gratificante e maravilhoso poder compartir do conhecimento que temos com outras pessoas que o recebem de braços abertos. Visto agora a pele de professor de inglês numa escola com vista para o lago Titikaka e campo de batatas que se vira de futebol durante o tempo de aulas.

As meninas, vestidas igualitas ás mães parecem a caminho de um baile, isolam-se muito dos rapazes que não tem grande magia para se vestir…a não ser que arranjem alguma t-shirt de futebol e aí sim usam-na como se de uma coroa se tratasse.
No dia seguinte acordo cedo para ir com o Jorge (guia turístico, agricultor e pescador) receber os turistas que chegam de barco. Vestido a rigor, com a melhor roupa que tem, apresenta-se e apresenta-me como tradutor para os estrangeiros que não entendem o espanhol. Uma visita modesta a um museu que nos leva até á cultura Tiwanako e mais tarde Inca, antepassados desta ilha, e ainda pormenores desta comunidade de Challapampa. Termina com a visita ás ruínas onde esta também uma rocha sagrada,do tempo dos tiwanakotas e mais tarde incas, e onde se sacrificava animais como a Lama e mais tarde humanos para louvar as deuses Terra, Fogo, Água e Ar.

E por agora é este o meu trabalho na ilha que a viver com Emy, Ida e Kristofer ensinamos inglês na escola á muchachada e ao fim da tarde toca aos guias turísticos. Mas parece pouco tal é a necessidade de desenvolvimento e pobreza que se vive dentro e fora das casas, sobretudo neste lado norte da ilha.
Ontem á noite de toalha ao ombro a tentar arrancar um chuveiro fui falar a uma senhora de um hostal e quando me abre a porta de sua casa vejo a família toda a jantar sentados em bancos de pedra, em chão de terra e ratazanas a passarem-lhes pelos pés. A imagem foi esclarecedora e emotiva de mais para me fazer pensar que mais posso eu dar a esta gente, que vive nesta condições para poder ganhar umas moedas dos turistas que ficam alojados no hostal que tem. Dar-lhes dinheiro para a mão sem mais nada não serve de muito. Há que que passar a formula para o multiplicarem!!

Um comentário:

Anônimo disse...

" A imagem foi esclarecedora e emotiva de mais para me fazer pensar que mais posso eu dar a esta gente, que vive nesta condições para poder ganhar umas moedas dos turistas que ficam alojados no hostal que tem. Dar-lhes dinheiro para a mão sem mais nada não serve de muito. Há que que passar a formula para o multiplicarem!! " Depois do que escreveste, que mais se pode dizer!